Correndo Descalço

http://pes-descalcos.org/run

Conheça também o site sobre Corrida Descalça:
http://pes-descalcos.org/run

terça-feira, novembro 19, 2013

17ª Maratona CAIXA de Curitiba também foi "hackeada"!

FATOS RÁPIDOS:
Cidades: Curitiba/PR
Data/Hora: 17/11/2013 - 7:15h
Temperatura ao final (INMET): 16.8 Celsius
Tempo líquido: 3:31:42
Colocação masculino: 269/1397
Colocação faixa etária M4549: 35/197

Cheguei no sábado (16/11) por volta das 15:30h na chuvosa Curitiba e fiquei hospedado no Bristol Centro Cívico, o mesmo que fiquei em 2009. É o hotel mais bem localizado para a prova. Da cobertura é possível avistar o local da largada: a Praça Nossa Senhora de Salete. Lá do alto fiz a foto abaixo já mostrando as tendas montadas para a prova.


Como o voo chegaria no limite para a retirada do kit (16h). O amigo descalço/minimalista, que até então conhecia apenas virtualmente, Adolfo Neto fez a gentileza de pegar o kit para mim e deixá-lo na portaria do hotel. Fomos nos conhecer pessoalmente no dia seguinte. Pela Internet corre a fama que o Curitibano é fechado, evita conversa e recebe mal os turistas. Mas sempre que estive lá tive a impressão oposta. Sempre fui bem recebido e não foi diferente desta vez. Um caso pitoresco aconteceu. Sai do hotel sob chuva e fui a um supermercado próximo. No caminho passei em frente ao um estabelecimento chamado "O Rei do Pierogi". Não tinha a menor ideia o que era pierogi, só fui saber ao pesquisar posteriormente na Internet. Mas o que me chamou a atenção foram as várias propagandas a respeito do "Sonho Original" com recheio de goiabada, creme ou doce de leite. Sonho não é nada paleo mas me fez lembrar dos deliciosos sonhos da falecida tia-avó Guilherma, lá de Barbacena/MG. Não sou paleo, apenas procuro ver nesta dieta um norte então, na volta do mercado, titubiei e acabei entrando e pedindo um sonho de goiabada! Fui atendido pelo Sr. Tadeu, o Rei do Pierogi, que estava na companhia de outro senhor (de nome Luciano, eu acho). O primeiro puxou assunto, dizendo que pela manhã estava abafado mas tinha dado uma refrescada. Disse que não sabia, pois não era dali, e havia chegado há pouco tempo na cidade. O papo rolou sobre de onde eu vinha e o motivo de estar em Curitiba. O segundo senhor quis saber se eu era Cruzeiro ou Atlético. Disse que nenhum dos dois, que era Americano. O América/MG é um time da Série B, menos conhecido fora de Belo Horizonte. Mas o Sr. Tadeu conhecia, pois é torcedor do Paraná Clube, outro clube que está na Série B. Fim do bom papo, encerrei a conta e ganhei de brinde um sonho de creme para comer depois! Quem disse que o Curitibano não é gentil?

Comer um café da manhã reforçado antes das provas, como usualmente orientam os nutricionistas, nunca me fez sentir bem. Assim, este ano comecei a testar a teoria de correr em jejum nos treinos que fazia pela manhã. Cheguei a fazer a Meia Maratona Internacional de BH inteiramente em jejum. Na Meia da Corpore meu café da manhã foi apenas uma tira (25g) de chocolate meio amargo (40%). Na Meia Shopping a Shopping do ES foram dois bombons. Como nunca tinha testado jejum para atividades tão longas como uma maratona, tomei um café da manhã mas bem longe do recomendado: uma banana, uma beterraba pequena "in natura", uma tira de chocolate meio amargo, um Carb Up Black e água! Carreguei 4 Carp Ups comuns como combustível para o caminho.


Ao sair da porta do hotel, frio e uma garoa finíssima que me preocupou. Mas ela sumiu no tempo que gastei para ir do hotel até a fila para retirar o chip. Não choveu durante a prova e a temperatura esteve perfeita, mesmo para os mais lentos. Segundo as medições do INMET, ela variou de 13C a 18C no período da maratona.


Após retirar o chip, me dirigi ao local onde estavam as tendas das assessorias. Fui procurar a tenda da V8 Assessoria Esportiva pois havia combinado com o Adolfo de nos encontrarmos lá.  Ele chegou um pouco depois mas já havia estado lá antes. O Adolfo iria correr com suas huaraches, tal como já havia corrido no ano anterior. Fomos trotar no caminho pavimentado, no meio do gramado da praça, para aquecer. Conversamos e passamos por alguns curitibanos aos quais ele me apresentou. Me lembro do Luiz Souza e do Mauricio Geronasso. O primeiro também correu a maratona e o segundo encontrei novamente no percurso onde incentivava os maratonistas. Calculo que eu e Adolfo largamos um pouco para trás da metade do pelotão de corredores. Não o vi mais pois eu faria a prova num ritmo mais veloz.


A maratona teve um excelente público. Foi uma prova "cheia" na minha avaliação. Foram 1616 concluintes nos 42K e se tornou a 3ª maior maratona do Brasil este ano. O apoio dos espectadores também foi intenso e positivo. Muito melhor que em 2009, e olha que o clima desta vez estava bem menos convidativo para se sair de casa. Isto demonstra que a campanha VEM PRA RUA MARATONA DE CURITIBA capitaneada pelo corredor Glacymar Oliveira deu certo!


O apoio foi tão empolgante que na reta final, um senhor me escoltou alguns metros, disse que eu merecia por estar descalço. Me entusiasmou a ultrapassar o corredor que seguia em minha frente. Acabei conseguindo! Logo a seguir entrei no corredor de gente que ladeava o caminho até a chegada. Na empolgação, ensaiei um aviãozinho estilo Vanderlei Cordeiro! Confira nas fotos.

Mas para falar a verdade, eu não corri a Maratona de Curitiba! Como nas duas maratonas anteriores, eu "hackeei", ou seja, eu corri e andei, corri e andei. Usei o método Gallowalk. Programei o timer do relógio para ciclos de 8'42'' de corrida intercalados por 1'30'' de caminhada. Mas não os segui a risca. Por exemplo, no começo emendei os dois primeiros e apenas corri para me livrar da aglomeração do início de prova. O objetivo é estar inteiro no dia seguinte. Consegui. Desci 2 vezes do 8º andar ao térreo e subi 1 vez sem problemas!!!

Não fui o único descalço na maratona. O amigo minimalista Sérgio Rocha trabalhou filmando a prova para a organizadora Latin Sports. No seu programa Corrida No Ar ele disse ter visto outro descalço mais veloz do que eu. Acabei descobrindo que se tratava do carioca Cosme Reges. Também soube pelo Adolfo de outro corredor descalço, o Juscelino Oliveira que fez a prova dos 10K.


A prova foi tudo de bom. Apenas dois pontos negativos. O primeiro é a medalha que não possui data, nem mesmo o ano a que se refere! O segundo é a qualidade do asfalto de Curitiba que deteriorou muito nestes 4 anos desde 2009. Havia vários trechos, alguns longos, de asfalto chokito. Por sorte o clima estava frio, se estivesse calor meu pé estaria moído! Acabou que tive apenas uma bolha de sangue na lateral do dedo médio do pé direito.


Além do sonho cortesia, também teve fotos cortesia. A maioria das fotos que ilustra este post foi obtida de graça no site Vivo Esporte. As duas que aparecem apenas meus pés foram obtidas no blog do Ernesto G Filho. As da medalha e a vista da cobertura do hotel são de minha autoria.