Correndo Descalço

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quarta-feira, maio 05, 2010

XVI Maratona Internacional de São Paulo - Domingo, 02/05/2010


Minha maratona começou na madrugada do dia anterior. Eu mais 21 pessoas viajamos com a excursão da Casa do Corredor. Como o vôo de Belo Horizonte (BH) para São Paulo (SP) saía de Confins às 6h do sábado, tive que sair de casa às 4h, assim dormi apenas umas 5 horas e meia nesta madrugada. Já no hotel em São Paulo aproveitei, depois do almoço, para relaxar na piscina, como mostra a foto acima.

Depois disto, fui até o hotel do meu amigo francês, o também corredor descalço, Emmanuel. Com meu Vibram Five Fingers (VFF) nos pés, fui caminhado pois a distância entre os hotéis era de apenas 1,3 km. Convidei-o para irmos ao Museu de Arte de São Paulo - MASP (foto acima) que ficava apenas a uns 400m do hotel dele. Emmanuel é um descalço de tempo integral, assim foi sem nenhum calçado nos pés. Antes de entrarmos na fila para comprar o ingresso, ele perguntou ao segurança se era permitido entrar descalço no museu. O segurança consultou seu chefe, pelo walkie-talkie, o qual disse não haver problema. Companheiros descalços, fiquem sabendo que o MASP é nosso amigo!

O evento Maratona de São Paulo consta, além da prova de 42km, de corridas de 25km e 10km e também de uma caminhada de 3km. Emmanuel participou da corrida de 10km (foto ao lado, chegou em 20° lugar com 35:47) e eu participei da maratona. Como o público esperado é de 20.000 (vinte mil) pessoas, entre caminhantes e corredores, seria muito difícil nos encontramos na largada no dia seguinte. Assim comemos um lanche após o museu e nos despedimos.

A maratona e as demais provas iniciam-se às 9h na Avenida Jornalista Roberto Marinho e cruzam a Ponte Estaiada (Ponte Octavio Frias de Oliveira) (foto acima).

Eu e mais 3 corredores dividimos um táxi que nos deixou do lado oposto da Ponte Estaiada. Assim tivemos que caminhar uns 1.500m até a largada do outro lado. No caminho encontramos a marcação do Km 1 (foto ao lado).

Antes de entrar na baia adequada ao meu tempo, vi ao longe um outro corredor descalço, era um índio devidamente paramentado, suponho ser o mesmo índio que corre descalço a maratona no Rio de Janeiro. Infelizmente, devido a distância e a aglomeração de pessoas, não pude mexer com ele. Também umas 2 ou 3 pessoas conversaram comigo sobre o correr descalço. Após entrar na baia e já estar pronto para a largada, duas mulheres atrás de mim puxaram conversa. Ambas eram paulistas e iriam correr a prova de 10Km. Disse-lhes que eu era BH. Uma delas disse sempre correr descalça quando vai à praia mas, depois de me ver, iria tentar correr também no Parque do Ibirapuera. A outra disse que viu a matéria sobre correr descalço na Revista O2 e perguntou se era eu o entrevistado. Disse que não mas sim meu amigo Roger. Esta, empolgada com a matéria da O2, já havia comprado uma VFF. Neste momento chegou ao nosso lado o Reinaldo, do grupo de corredores de BH no Yahoo!, que foi a São Paulo sozinho e não pela excursão. Encontrei-o novamente no percurso quando ultrapassei-o no Km 36.

Dada a largada (foto acima), logo nos primeiros 400m, tive um contratempo. Pisei num parafuso apontando para cima fixado ao concreto da ponte. Ele servia para prender um olho de gato que havia soltado. Devido ao aglomerado de pessoas, não o vi. Meu pé incomodou por uns 2kms mas depois parou.

Durante o percurso ouvi vários comentários por estar descalço. Encontrei também dois corredores que participaram da Maratona de Curitiba e aparecem no vídeo da maratona do Transpirando.com.

Lá pelo Km 7 haviam vários Karatecas enfileirados (foto acima). Estavam com o braço esticado para cumprimentar os corredores com um tapinha nas mãos. Como isto levanta meu astral na prova, não perdi a oportunidade de cumprimentar alguns.


Lá pelo Km 14 encontrei dois amigos que corriam juntos: Alex e Jorge. Alex era um exemplo de superação, pois não possuía a perna direita e usava uma prótese em seu lugar. Disse-lhe que quebrava outro paradigma, enquanto eu achava que para correr não era necessário ter tênis mas apenas pés, ele mostrava que nem pés eram necessários. Corri com eles até mais ou menos o Km 28.

Faltando 1km para o final, as duas mulheres com quem conversei na largada estavam na rua incentivando os maratonistas, ao me verem gritaram: "Vai BH!". Completei a maratona em 3h 41m 12s, já eram quase 13h e a temperatura ambiente era de 28 graus. Meus pés estavam sensíveis mas não por causa do calor do asfalto mas por sua aspereza. Fora da Marginal Pinheiros, o asfalto de São Paulo é muito grosso e muitas vezes retalhado. Só notei que o asfalto estava quente quando parei, enquanto corria o constante tirar e por o pé no chão não deixava transmitir a sensação de calor.

Recebi minha medalha e ao sair da área de escape fui abordado por uma pessoa. Era o Sérgio Rocha, o editor de arte da Revista Contra-Relógio. Só conhecia o Sérgio por email e telefone. Foi ele quem me entrevistou para a matéria sobre corrida descalço publicada na edição de março da revista. Ficamos um bom tempo conversando sobre calçados minimalistas, correr descalço, acunpuntura e etc.


Bem, este é meu relato. Agora é aguardar a próxima. Espero que seja a Maratona Internacional de Porto Alegre no dia 23/05/2010.

PS: Veja a medalha da prova na foto abaixo.

PS2: Se olharem no site da Yescom, não tenho tempo oficial na prova. Mas, como álibi, aqui está o arquivo que pode ser aberto no Google Earth com o registro segundo a segundo da minha participação feito pelo meu Garmim Forerunner 305. (A abertura do mesmo é pesada por ser seg. a seg.)