Correndo Descalço

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domingo, setembro 23, 2007

Corrida NUTRY - Viva com gosto - Etapa BH - 23/09/2007


FATOS:
Hora: 9:00h
Distância: 10k
Número: 859
Tempo líquido: 44'16''
Tempo bruto: 44'29''
Classificação masculino : 107 de 898
Classificação na faixa etária (40 a 44 anos): 16 de 147

RELATO:
Cheguei por volta das 8:15h à Praça de Iemanjá. Não usei a camiseta da prova pois gosto de correr de regata. A da prova era com mangas. Assim, meu uniforme incluía a camiseta amarela estampada com a URL do site de corrida descalço nas costas. Os primeiros minutos no local foram de fila. Primeiro a de pegar chip, onde encontrei dois colegas da ALMG. Esta agarrou um pouquinho pela inexperiência do voluntário. Em seguida fui para a fila dos sanitários. "Eca!!!" - você deve estar pensando - "Entrar naquilo descalço!". Sem chance. Para quem não sabe, levo um providencial chinelo-de-dedo na mochila. Já de chinelo no pé, e colocando o chip na canela, o sujeito de trás na fila perguntou: "Vai correr descalço? Não dá bolha não?". Respondi: "Não, já estou acostumado. Tênis é que dá bolha nos dedos." Ele concordou: "Se estiver calor pode dar mesmo." Segui para a fila do guarda-volumes onde encontrei outro colega da ALMG. Esta deu uma agarrada maior. Eram quatro atendentes mas só dois pincéis atômicos. Uma tinha que esperar a vizinha escrever o número na etiqueta colante. Se fossem 4 pincéis a fila andava mais rápido.
Desci e fui dar um trote no gramado da casa ao lado da praça. Um dos senhores da Nextel e da dos Carteiros estava sentado lá chupando um carboidrato em gel. O nome dele é Carlos Toledo. Disse estar meio baleado e que o amigo trotava no asfalto. Continuei o trote no asfalto e fui para o funil de largada. Queria fazer um bom tempo, mas sem pretensão de baixar devido ao tempo seco e o calor que permanecem em BH. E acho que fiz, foram 11 segundos a menos que na Duque de Caxias há 4 semanas e no mesmo percurso.
Como de praxe, durante o percurso, escutei várias exclamações sobre o descalço. Lembro de um "Ói o homi correndo descalço!" e, na chegada, de um menino dizendo para a mãe: "Olha o moço correu descalço!". Parei, olhei para trás, e fiz um positivo para ele.
Ao final, enquanto bebia água, outro corredor perguntou se não dava bolhas com o asfalto quente. Entreguei o chip e subi no pódio para receber a medalha. Não, não cheguei nos primeiros lugares, aliás esta prova nem tinha premiação. É que a Nutry inovou, ao invés de dar a medalha de participação em mãos, colocaram meninas para porem as medalhas no pescoço dos atletas após subirem em um pódio. Vi o Mr. Bus e disse que voltava depois para buscar um guia do ônibus. Subi para pegar minha mochila e um corredor disse que me notou desde a Nextel e tem corrido em ritmo próximo ao meu. Na volta parei para gravar minha medalha (veja foto no alto) e encontrei com o Cláudio Gomes e o Breno da lista Corredores BH. Conversamos um pouco. O Ricardo passou por ali no caminho de ir buscar suas coisas. O Alcielito também passou por ali e me convidou a reencontrar o pessoal da ALMG perto do relógio, que estavam lá.
O Cláudio está interessado em montar uma equipe com o pessoal da lista para termos camiseta própria e uma tenda de apoio ao final das provas. Convidou-me para irmos procurar a tenda do Marcelo, da Guana Trainer, que pela lista se mostrou disposto a ajudar na estrutura. Passamos primeiro no Mr. Bus para pegar meu guia. Encontramos a tenda da Guana Trainer no alto da praça. O Cláudio conversou bastante com o Marcelo mas eu participei pouco da conversa pois o pessoal da ALMG estava justamente na tenda da Guana. Parece o que Alcielito está treinando com eles. Conversamos e tiramos a foto acima a esquerda.
Descendo de volta para a parte baixa da praça, reencontrei o Ricardo junto ao Marco Polo e a Patrícia da lista CorredoresBH. O cara de tênis na mão da Corrida Infantaria, passou por ali e disse ter visto o link do site na minha camiseta e que ía acessá-lo de casa. Perguntei o seu nome. É Bernardino.
Descemos eu, Ricardo, Marco Polo e Cláudio para vermos o sorteio dos brindes. A foto ao lado foi feita nesta hora. Não ganhamos nada. Mas em compensação estava tendo um bota-fora de barrinhas de cerais da Nutry. Fomos educados e pegamos só mais umas quatro barrinhas cada um. Mas havia gente levando caixinha cheia debaixo dos braços. Ô festa! Outros corredores disseram que faltou água no final, mas sobraram barras de cereais!!!

domingo, setembro 16, 2007

XI Circuito Nacional de Corrida do Carteiro - BH - 15/09/2007


FATOS:
Hora: 16:00h
Distância: 10k
Número: 904
Tempo líquido: 45'43''
Tempo bruto: 46'06''
Classificação masculino : 271 de 736
Classificação na faixa etária (40 a 44 anos): 37 de 107


RELATO:
Acho que o melhor desta prova foi a medalha de participação. Dourada e vazada com o emblema do carteiro corredor. Era de participação mas digna de ser de 1o. lugar. Você vai entender o motivo no final desta narrativa.
As 13h estava na rua e fui pegar o chip, assim pude chegar mais tarde para o início da prova. Parei meu carro na Espírito Santo entre Álvares Cabral e Guajajaras. Chegando a pé e descalço na Afonso Pena, uma corredora me viu daquele jeito e perguntou-me se eu iria correr assim. Respondi que sim e ela disse algo como: "Cê vai queimar os pés lá na Andradas". Fiquei pensando naquilo e achei que talvez sim. O céu estava de brigadeiro e eram 16h da tarde. Fui procurar o guarda-volumes, pedi informação para um cara com a camisa da organização e ele me apontou para o lugar errado: uma tenda entre o prédio dos Correios e o da Receita Federal. Mas a viagem não foi perdida pois encontrei o Mr. Bus sentado ao lado desta tenda arrumando seu material. Informei-me de novo com o pessoal da tenda e agora me mostraram o local certo: do outro lado da avenida ao lado da entrada do parque. Faltavam menos de 10 minutos para a partida e fui trotando até o final do funil de largada. Vi o Cláudio Gomes, em seu retorno as provas de BH, trotando dentro do funil e procurando um bom local na largada. Cumprimentei-o só de passagem. Já dentro do funil, encontrei os dois senhores que havia encontrado na Nextel ao sair do carro. Conversei um pouco com eles, depois avancei para procurar uma posição de partida mais favorável. Nesta procura vi o Ricardo Vilaça e fiquei ao lado dele. Ele comentou sobre sua participação na Meia do Rio. Comentei sobre a possível queima de solas na Andradas. Ele perguntou-me se eu buscaria tempo na prova. Disse que não, pois além do tempo quente e seco, eu estava saindo de uma gripe. Ele estava em situação similar, ficou gripado após voltar do Rio e também correria com tranqüilidade. E o clima estava mesmo ruim para melhora de tempo, o Franck Caldeira venceu com tempo alto (31:00). Ainda na espera da largada havia, em minha frente na diagonal à direita, um corredor de Divinópolis. O fato repugnante foi que ele se agachou para urinar. O positivo é que a quantidade foi pouca, não escorreu e nem tive que desviar daquilo após a partida.
Dada a largada, ainda na Afonso Pena, ultrapassei a corredora que havia falado sobre a Andradas. Brinquei dizendo: "vamos queimar as solas dos pés lá na Andradas". Ela respondeu: "você vai mesmo!" De fato o chão estava quente e o asfalto da Andradas está muito gasto. As britas estão aflorando do chão, bem diferente do asfalto macio e lisinho da Brasil e da Afonso Pena. Sofri três lesões nas solas. No pé direito, uma bolha de sangue no terceiro dedo, pequena se comparada as bolhas debaixo das unhas ou na frente dos dedos que já tive pelo uso de tênis. No pé esquerdo, uma sensibilidade na almofada do pé abaixo do 2o. metatarso, e outra na parte externa do dedão. A primeira sumiu no domingo e a do dedão já desapareceu quando escrevo estas linhas (segunda-feira).
No início do trecho da Av. Brasil quase piso numa garrafa esmagada de cerveja long neck. Só vi em cima devido a aglomeração de corredores. Ainda na Brasil, na altura da região hospitalar, vi o Marco Polo me ultrapassar e cumprimentei-o. Nesta prova ouvi várias pessoas nas calçadas ou de dentro dos carros expressarem seu espanto com um corredor descalço. Na Assis Chateaubriand um cara gritou: "Uai, cadê o tênis?" "Não precisa", respondi.
Após a chegada vi o triatleta Bruno Khouri. Perguntei-o sobre as provas do Belvedere e da Bandeirantes que ele pretende organizar. Ele me convidou para treinar sob sua supervisão. Me explicou todo o processo: fisioterapeuta, nutricionista e deu exemplo do Talles que estava ali perto e desenvolveu-se rapidamente após aderir ao treinamento científico. Enrolei para o ano que vem. Na minha cabeça tenho que primeiro trocar o conceito atual, de correr só por passatempo ou como atividade física para melhorar o HDL, pelo de treinar pensando na melhora de resultados.
Encontrei novamente o Ricardo Vilaça e o Marco Polo, fomos os três ao guarda-volumes, cada um buscar seu pertence. Depois o Marco foi procurar sua esposa, o Ricardo prá fila da massagem e eu fui embora. Mochila nas costas, medalha dourada no peito, suado e de pé no chão. Subindo a Álvares Cabral encontrei novamente os dois senhores com uma amiga. Fomos conversando principalmente sobre o correr descalço. No cruzamento da Augusto de Lima, o Claúdio Gomes vinha atravessando no sentido contrário e, de novo, não pudemos conversar, continuei acompanhando os dois senhores. Deixei-os na metade da quadra da Escola de Direito. Atravessei a Bahia e segui na Guajajaras, no passeio do lado da rua onde fica a Livraria Van Damme. Há alguns butecos por ali. Numa das primeiras mesas, com quatro jovens, um deles me deu os parabéns. Numa próxima mesa outro me parabenizou. Eu não estava entendendo nada. Na última mesa outro disse algo como: "Muito bem! Parabéns, Campeão!" Eu poderia ter me gabado mas prevaleceu a honestidade. Respondi: "Não é de campeão e de participação mesmo!" Só aí caiu minha ficha. Um pobre corredor descalço com uma medalha dourada no peito despertou a solidariedade da galera. Este foi o motivo de tantos parabéns. Kkkkkkk. Correr descalço é no mínimo divertido.