23/05/2010 - 27a. Maratona Internacional de Porto Alegre

Horário: 7:15h
Temperatura na largada: 20,2 Celsius
Temperatura na chegada: 21,6 Celsius
Tempo líquido: 3:37:40
Colocação masculino: 318/1119
Colocação faixa etária: 58/201
RELATO:
A segunda maratona em 3 semanas. Será um exagero? Inspirando-me no histórico de maratonas de Barefoot Rick, onde se observa que ele fez algumas maratonas com apenas 3 ou menos semanas de distância, e que usualmente sua 2a. maratona é mais veloz que a 1a., propus-me a um desafio semelhante.

Chegando ao hotel, tratei logo de massagear meu músculo piriforme esquerdo. Sim, apesar de ter descansado mais desde a Maratona São Paulo (em 02/05) e já ter optado por treinar apenas na quarta-feira da semana que antecedia a prova (normalmente treino as 3as, 5as, sábados e domingos), acordei na quarta com minha perna esquerda formigando. Acho que o termo médico correto é parestesia. A príncipio pensei ser um problema circulatório por dormir de "mal jeito" com a perna. Treinei assim mesmo mas diminui a distância e o ritmo pretendido. Só na quinta minha ficha caiu. A causa deveria ser outra. Apalpando-me descobri ser ela o piriforme tenso e duro como uma pedra. Massagem nele até a noite de sábado. No domingo pela manhã a parestesia havia passado, restavam uma fisgada na parte inferior do tendão de Aquiles, que eu sabia não ser originária do próprio tendão, e um incômodo na região glútea.

Dada a largada, logo reencontrei o Eduardo e corremos juntos os primeiros KMs. O objetivo dele era melhorar seu recorde pessoal de 3h37m, que de fato conseguiu fechando em 3h35m12s. Como meus planos eram para 3h38m deixei-o ir. Lá pelos KMs 6 ou 7 foi a vez do Colucci e do Marco, que corriam lado a lado, me ultrapassarem. Nem tentei acompanhá-los pois o ritmo deles estava bem acima do meu.
As principais vantagens da Maratona de Porto Alegre, em relação a São Paulo, são o percurso mais plano, a temperatura mais amena, o uso de um número de costas além do número de peito, e o contato maior com o público pois não se passa por túneis e nem por locais desérticos como a USP. Desta forma, fui chamado pelo nome várias vezes durante o trajeto. A gíria local preferida é "guerreiro". Então escutei frases como: "Leonardo. Esse é guerreiro!" ou "Vai guerreiro! Parabéns!". Ouvi também desde gozações tipo "Esqueceu o tênis?" até elogios. Após ultrapassar um grupo de umas 3 ou 4 gurias, uma delas gritou: "Aí Leonardo, você é o Cara!". Também conheci e corri uns 4kms ao lado do Carlos, um corredor do Paraguai da equipe Asunción Runners. Ele me abordou justamente para perguntar se eu não precisava de tênis para correr. Ele e o grupo de paraguaios viajaram por terra cerca de 1400kms desde a capital para participar da prova. Também puxei conversa com o Valdomiro, um senhor de 71 anos, que corria num bom ritmo para sua idade e pretendia ficar entre os 5 primeiros de sua faixa etária. Olhando o resultado vi que ele ficou exatamente em quinto.
Depois do KM 22 a maratona de POA se torna monótona pois o trajeto é praticamente um ir e depois voltar por longa(s) avenida(s) as margens do Rio Guaíba (veja no Google Earth o percurso registrado seg. a seg. pelo meu Garmin 305). Neste ponto há outro fator de desânimo. São os corredores que estão participando da maratona de revezamento, eles lhe ultrapassam em alta velocidade pois você está no KM 22 e eles estão no KM 1.
Depois que meu m. piriforme aqueceu, ele pouco incomodou até o KM 30. Neste ponto a parestesia voltou, não por toda a perna mas apenas na sola do pé esquerdo. De fato, foi além do formigamento, perdi um pouco da sensibilidade na sola. Minha técnica de corrida deteriorou tanto que, pela primeira vez, terminei com uma pequena bolha de sangue embaixo do dedo médio daquele pé.
Lá pelo KM 36 ultrapassei o Colucci que estava com cãimbras e vinha devagar. Este trecho já era de retorno na longa avenida e pegávamos um vento contra. Então no KM 38 eu acabei "quebrando" também. Meu ritmo que vinha na faixa dos 5:05 min/km caiu para 5:30 min/km e fui nele até o fim. Neste trecho um cara gritou: "Você é o segundo descalço". Depois descobri que o outro descalço não estava correndo a maratona mas o revezamento.
Na chegada havia um bom público as margens da rua. Quebrado, achei que merecia aplausos como o campeão. Levantei os braços pedindo palmas e fui correspondido! Ótimo! Muito obrigado! Um sopro de ânimo para um corpo esgotado. Apesar do recorde pessoal, 3h37m40s, das 3 esta foi a maratona que me senti mais cansado ao final. Talvez tenha sido a distância de apenas 3 semanas para a anterior.
Encontrei com o Eduardo, o Colucci e o Marco e combinamos o almoço. Voltando a pé para o hotel vi um corredor deitado na calçada. Aproximei e perguntei se estava tudo bem. Ele respondeu que sim, estava só descansando e relaxando enquanto esperava alguns amigos. José Paulo disse que era Curitibano e já me conhecia através do vídeo da Maratona de Curitiba do Transpirando.com. Voltei a encontrá-lo no aeroporto junto a outros paranaenses, incluindo o Aimar de Foz do Iguaçu que é amigo do Rodrigo Stulzer e foi quem indicou o vídeo da maratona para o José. Fui para o aeroporto com o Eduardo e o Marco após termos almoçado com o Colucci. Como o vôo dele era mais tarde, ele ainda foi assistir Internacional X São Paulo no Beira-Rio.
Foi uma boa experiência fazer duas maratonas próximas assim. Confirmei que maratona, por si só, já é muito cansativo. Acho que vou dar uma pausa nos treinos e provas longas. Acho que vou focar agora em melhorar meu tempo nos 5Km.
<< Home