Estive lá para participar, no sábado, do primeiro e, no domingo, do terceiro. No torneio corri as provas dos 5.000m às 7:30h, dos 800m às 10:15h e dos 1.500m às 16:00h.
Quando fomos, eu e Arnoldo, em 2012 para a Volta ao Cristo em Poços de Caldas/MG conhecemos um outro atleta descalço: Antenor Augusto da Cruz. Ele se apresentou pelos pseudônimos de "Pezão" ou também "Retrato Falado da Baldaia". Não havia entrado em contato previamente com ele, mas sabia que deveria encontrá-lo lá, pois é morador de Ribeirão Preto e membro da ARPAM. E, de fato, o encontrei. Pezão já foi um atleta de alto nível e foi ele quem descobriu a nossa campeã da São Silvestre de 2001: Maria Zeferina Baldaia. Naquela época ela corria descalça por falta de recursos financeiros e patrocínio. Leia mais sobre a história aqui e/ou veja o vídeo seguinte:
No sábado, no intervalo do almoço do torneio, Antenor me convidou para irmos em Sertãozinho na casa da Maria - denominação de Baldaia para os íntimos ;) - e na casa da mãe dela, a Dona Domingas. Não encontramos a Maria em casa, nem na pista de atletismo criada em homenagem a ela. A jardineira da pista disse que Maria estivera treinando lá fazia uns 30 minutos. Mas encontramos a Dona Domingas em casa com o Fabiano, seu filho (irmão de Maria) que é deficiente. Lá há diversos troféus mais antigos da Maria. Vejam as fotos a seguir.
Eu, a jardineira da pista e Pezão
Em frente a pista que homenageia Baldaia
Na cozinha com os troféus e Dona Domingas
Na sala com Dona Domingas e seu filho Fabiano
Antenor, eu e os troféus da sala
Acabamos encontrando Maria no domingo, antes da Corrida da Solidariedade. Fui apresentado a ela por Pezão. Na prova, Maria ficou em segundo lugar. Pezão fechou em 34:19 e subiu ao pódio como o segundo em sua faixa etária (M55-59). Eu, quebrado das provas do dia anterior e com uma dor na panturrilha direita, terminei em 35:25 sendo o 16º em 44 concluintes na faixa M44-49.
Voltando a falar do torneio, eu já havia participado de dois desafios de fundo em pista, nos 3.000m e nos 5.000m, mas em datas bem distintas. Nunca havia corrido 800m e 1.500m e ainda por cima tentar 3 provas no mesmo dia! Logo na estreia baixou um Said Aouita em mim. rsrsrs
Há cerca de um mês e meio, ao descobrir o torneio e a viabilidade em participar dele, comecei a faz tiros de 150m, 400m e 800m. Como não tenho uma pista para treinar, tais tiros foram feitos na rua.
Não há muita concorrência no torneio, a premiação é feita por faixa etária mas as baterias são feitas agrupando várias faixas etárias. Corri praticamente em jejum os 5.000m, pois só tomei um café expresso depois de acordar. Foram 5 concorrentes na faixa M4549 e levei o ouro com 19'53". Até a prova dos 800m só comi um bombom e um pedacinho de rapadura. ERRADO! Devia ter me reabastecido de carboidrato. Os 800m são uma pauleira! É carboidrato puro! Foram 4 concorrentes e levei a prata com 2'30". Fiquei "alterado" depois da prova, 15 minutos depois meus batimentos ainda não tinham normalizado (120 bpm!!!). Só recuperei depois do almoço! Então decidi que ía pegar leve nos 1.500m. Eram 4 concorrentes mas um não largou. Com a medalha de bronze garantida, fiz uma prova tática, roubando a prata no sprint final. O tempo foi 5 minutos alto, quase 6, nem preocupei em saber pois não corri por tempo nesta.
Foi ótima a experiência de participar do torneio e me sentir um corredor de pista. Por sinal o torneio é muito bem organizado pela ARPAM, na figura do Sr. Abel Rahal, e distribui belas medalhas! Seguem fotos.